segunda-feira, 16 de março de 2015

Dilma, por favor, liga o foda-se!

Os descontentes com o governo são a direita ideológica representada pelos papagaios da Rede Globo e da Revista Veja, tipo classe média, e não o grande capital econômico e financeiro, intocado, portanto satisfeito. Os descontentes também estão à esquerda porque não foram feitas as reformas agrária e política nem taxaram grandes fortunas. Essa é a verdadeira base de sustentação do PT e nesse momento Dilma deve atender a essa base organizada em movimentos sociais que vai para rua sim, defender sua permanência no governo. Mexa nos grandes interesses econômicos, no latifúndio, nas concessões públicas, pára de financiar os grandes meios de comunicação.

Vamos cair na real e aceitar que o Brasil é meio a meio direita e esquerda. Com nuances evidentes em cada lado. Como são muitas, não cabe aqui analisar mas definir a grosso modo que a grande diferença está em quem prefere uma sociedade mais igualitária e quem deseja a permanência da sociedade de classes. O governo petista só foi finalmente eleito quando acendeu uma vela a Deus e outra ao diabo, na famosa Carta aos Banqueiros. Lula e nem Dilma foram eleitos, por esses votos a mais, para fazer uma revolução socialista. E muito menos mexer no grande capital que a classe média defende com tanto gosto como se fosse seu. 

Todos sabem que os eleitores históricos  do PT são os movimentos sociais de base, intelectuais e artistas de esquerda e uma parcela da classe média esclarecida. São os votos ideológicos. Os que fizeram a diferença foram os descontentes com o governo anterior e que resolveram apostar no Lulinha Paz e Amor vendido pelos marqueteiros das campanhas. São os fisiológicos. Que vão para qualquer lado com tanto que não mexam nos seus interesses individualistas. Agora, como numa ladainha, reclamam da inflação como se fosse um problema brasileiro desconhecendo a crise mundial do sistema capitalista. Reclamam dos impostos altos  fingindo não saber que muito mais de 100  milhões de brasileiros são funcionários públicos, pensionista ou concurseiros, isto é, recebem ou querem receber seus salários da receita dos impostos. Reclamam porque não aceitam que um operário tenha sido o melhor presidente do Brasil e agora uma mulher. 

Que reclamem então com razão porque o governo atendeu os interesses dos que realmente precisam ser plenamente  atendidos e nunca foram na História do Brasil: a classe trabalhadora do campo e da cidade. Vá em frente, Dilma, tome decisões radicais, não vá a televisão explicar nada. Radicalize e liga o foda-se.  

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